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domingo, 19 de setembro de 2010

(Sexta-Feira, 17/09) Quirigua x Remate, 295 Kms de Aventura

Toda emoção que eu não tive até agora, eu consegui resumir somente no dia de ontem. Saí de Quiriguá conforme minha previsão, antes das seis horas da manhã e, as sete, eu já estava lanchando na ponte em Rio Dulce, setenta quilômetros à frente.
Aproveitei que Rio Dulce é uma cidade mais desenvolvida e procurei uma agência da Western Union para cambiar os últimos 50 Dólares que eu tinha e também para ver preços de peças e repostos que por ventura eu possa vir a pecisar.
Como estava bem cedo, tive de fazer hora até as nove e enquanto esperava conheci um estounidense que também está viajando fazem cinco anos de veleiro, juntamente com sua esposa, porém ele, por gosto estaria como eu, de moto.
Papeamos até a agência abrir e quando abriu nos despedimos e eu fui cuidar das minhas obrigações monetárias.

Saí, peguei a estrada e segui direto até quando o relógio marcou meio-dia, nesse instante eu estava passando pela cidade de Chacalte e aproveitei, já que no trecho havia algumas barracas de comida, para almoçar logo.

Parei a moto e procurei saber o que havia para comer. – Costelinha de Porco frita e Torresmos. Como aqui não se tem muito hábito de comer ‘arroz’, o acompanhamento é ‘tortillas’, (que eu não como de jeito nenhum, só mesmo se estiver com muita, muita fome), e, ‘frijoles’, (feijão).

Disse a senhora então que eu ia quer um, ao preço de 20 Quetzales, coisa de USD 2,50, mas, eu iria antes preparar um pouco de arroz para comer, já que minha dieta não me permite comer ‘tortillas’.
Mais uma vez virei o centro das atenções com todo ‘maravilhados e embasbacados’ com o pequeno fogareiro à gasolina, ainda mais que, tive de reabastecê-lo, tirando combustível do tanque da moto, aí danou-se tudo.
Vinte minutos e o arroz estava pronto. Fiz meu prato de costelinhas, com uma metade de cebola cozida, duas pimentas mexicanas, (haja cu), e sentei-me para comer, pedindo algo para beber e, como só havia, caldo-de-cana, preferi um refrigerante, ‘horrível’, mas é melhor que me arriscar com o caldo!

Terminei tudo, lavei a louça, arrumei a moto novamente e ‘pé-na-estrada’. Não andei vinte minutos e a ‘pimenta mexicana’, que diga-se de passagem comi muito, fez efeito.
Parei no acostamento e quando desci da moto para dar a ‘cagadinha básica’ na beira da estrada, a ‘Guerreira’ resolveu fazer graça e saiu do centro de gravidade tombando para a direita, quando fui subir ela no cavalete, o resultado: - Moto virada na beira do acostamento e eu como um idiota pedindo ajuda aos carros que passavam para que parassem e me ajudassem a levantar a moto, que a esta altura do campeonato, vazava gasolina pela tampa do tanque.
Não demorou e pararam um caminhão e uma caminhonete e todos desceram para me ajudar a levantar a moto novamente e, enquanto isso a ‘merda’ fazendo pressão para sair.
Agradeci a todos a ajuda e quando se foram, finalmente pude ir para o ‘matinho’ dar a minha merecida barrigada.

Voltei a estrada. A moto Graças a Deus, tudo normal. Rodei mais uma hora mais ou menos e cheguei a San Luis e fui buscar um ‘maccete’, (facão de um metro de lâmina), médio para eu pôr na moto, mas infelizmente por estas bandas o que conta é o tamanho da lâmina e está sendo muito difícil eu achar um de mais ou menos uns 40 / 50 cms, que dê para eu colocar numa das laterais do baú.
Parei ainda em Dolores para comprar mais arroz e macarrão e segui depois direto, - eu imaginava -, até Tikal, porém quando cheguei a aldeia de Pascaman, vi uma lagoa enorme bem no centro da cidadela, com várias crianças brincando numa espécie de cais improvisado, nadando e ao lado algumas mulheres com água pela cintura, quase no peito, lavando roupas e pescando.

Com estou louco para pescar, isto era tudo que eu vinha pedindo a Deus a um longo tempo. Entrei em direção a lagoa e, numa casa vizinha, parei e perguntei a um casal se haveria problema de armar a barraca para passar uma noite.

Depois de uma rápida conversa, também sobre ‘possíveis’ riscos, uma vez que ali eu estaria ao contrário da estrada bastante exposto, o rapaz disse que a cidade era tranqüila e que eu poderia ficar sem ‘nenhum problema’.
Fui então para um canto, bem próximo a água onde eu pude estacionar a moto e a seguir montei a barraca.
Tudo pronto, fui até as mulheres que estavam lavando roupas e pescando e perguntei sobre iscas e estas me disseram que as iscas eram ‘lombrigas de tierra’, ou seja, ‘minhocas’ no duro.

Ofereci Um Quetzal por um punhado e elas me deram umas oito minhocas grandes e assim voltei para meu lugar a fim de poder pescar finalmente e, quem sabe, garantir o jantar.

Logo fui rodeado por um monte de crianças que estavam antes nadando no pequeno cais e todos ficaram ali em volta de mim brincando, rindo, conversando.

Todos que passavam me cumprimentavam. Minha presença chamou a atenção de toda pequena aldeia. Começaram também a vir adultos e dentre eles um que depois de indagar se eu passaria a noite ali, me perguntou se eu não ‘tinha receio’ de ficar tão exposto.
Disse a ele que de ‘onde eu vinha’ a coisa também era ‘braba’, morava no Brasil, no Rio de Janeiro e o que para eles é considerado ‘violência’ para mim é cotidiano, mas que eu agradecia sua preocupação.
Ele me disse então que possuía uma pequena casa fechada, bem próximo de onde eu estava e que se eu preferisse ele me cederia a casa para eu passar a noite, mais seguro e com mais ‘conforto’, pois, ali, ‘exatamente’ ali, onde eu armei a barraca era caminho dos ‘maconheiros’ da aldeia. Todos quando querem fumar seu ‘baseado’ vão justamente para ali e que não era uma boa idéia eu me expor tanto, já que drogados estes poderiam achar que eu tinha dinheiro e querer me roubar.
Agradeci mais uma vez, e fiquei onde estava. Os peixes não queriam nada comigo. Peguei, três, mas não tinham mais que 10 cms, não dava nem se eu quisesse para ‘tapar os buracos’ dos meus dentes. Positivamente ali não era um bom lugar para se pegar ‘peixes’ maiores.

A noite caiu, as crianças se foram, e, seguindo o que me havia sido dito pelo morador, logo chegaram ‘dois’ para fumar seu ‘baseadinho’, Carlos e Winter. Depois de me cumprimentarem, e de bater um pequeno ‘papo’, me oferecendo inclusive também a ‘droga’, que eu educadamente recusei dizendo que já bastava eu mesmo de ‘droga’, deixaram a bicicleta ao lado da barraca e foram mais adiante um pouco fumar.
Levaram bem uns quinze minutos, meia hora e retornaram sentando-se e emendando uma conversa bem demorada.

Já eram umas oito horas quando eles se foram, ficando de retornar no dia seguinte e como os mosquitos, (sancudos), estavam atacando geral entrei na barraca para finalmente dormir, já que eu estava de pé desde as quatro e meia da manhã.

Fiquei uns vinte minutos dentro da barraca e ouvi passos. Me levantei e vi um ‘cara’ que passou e se colocou uns 15 metros adiante, atrás de uma árvore.

Pô, ‘puta-velha’, eu também fiquei no ‘abajour’ da figura para ver qual era a dele. Levou bem uma meia-hora ali, plantado, na certa verificando as condições e probabilidades de dar uma investida e furtar alguma coisa da moto. Resolvi sair da barraca e também, ‘sair fora’ de uma vez, pois, passar uma noite, cansado como eu estava, em constante atenção, não valia à pena.
Eu me recordava de uns postos de gasolina que passei no caminho, que, se fosse o caso eu poderia ir e também, se seguisse em frente para Tikal, que estava a 49 Quilômetros, fatalmente alguma coisa apareceria e que me desse mais tranqüilidade.
Quando saí da barraca, já vestido e pegando as coisas e pondo na moto, a ‘figura’ saiu detrás das árvores e veio até defronte onde eu estava, ficou uns 10 minutos parado diante da moto enquanto eu já desarmava tudo e veio até mim para dizer-me que ‘ele’, (tadinho, espeeerto...), estava preocupado com a minha ‘segurança’ pois não havia muito tempo três corpos foram encontrados ali, e que a área era freqüentada por maconheiros, enfim, uma conversa de ‘cerca lourenço’ como se a ‘puta’ aqui não conhecesse estes ‘artifícios’.
Disse a ele que isso era normal. Nascemos para morrer e, quando a morte vem antes da hora é porque boa coisa não se fez. Cada um paga o preço pela sua imaturidade ou sua audácia. Ele se despediu e se foi e eu, já com tudo posto, também, ‘meti-o-pé’.

Odeio ter que pilotar a noite, mas nesse caso, era um mal necessário. Optei por seguir rumo a Tikal. Andei uns 25 quilômetros, passei por um posto de gasolina fechado, e cheguei a cidade de Remate. Logo no primeiro quebra-molas, (túmulos, como são chamados aqui em Centro América), uma placa de propaganda de um Camping e Hostal, fiquei tranqüilo. Pelo menos nesta cidade/aldeia, eu teria infra-estrutura para ‘se’ fosse o caso acampar.
Segui mais um pouco e passei por um barzinho / loja de souvenir’s com alguns ‘gringos’ papeando e tomando cerveja, passei, voltei e parei para perguntar sobre algum lugar para acampar ou que fosse bem barato para me ‘jogar’.
Eles então me indicaram uma pousada de 25 Quetzales, cerca de 3 Dólares, a noite no dormitório, (quarto partilhado), e, onde estava hospedada uma das meninas, Chelsea, que depois vim a saber.
Como um dos caras estava de saída, me guiou até a pousada e então eu me joguei com tranqüilidade e mais segurança, pois, ter que ficar a noite inteira de sobreaviso, dormindo como os ‘patos’ com um lado do cérebro e o outro ‘ligado’ de olho aberto não era coisa para aquele dia.
Depois de pegar o básico, fazer o pagamento da noite, pedir uma coca-cola, estupidamente gelada, subi e pus as coisas no dormitório e fui tomar um bom e merecido banho, que era o que faltava naquele dia e noite para relaxar por completo. Uma excelente ducha fria.
Dormi bem, acordei às cinco da manhã. Desci pus água no fogo, passei um café e peguei o computador para pôr em dia toda esta aventura.

Eram umas sete e meia e Chelsea também acordou e desceu e começamos a bater um papo gostoso, depois que eu lhe ofereci um café para acompanhar a coversa. Estadounidense, do Óregon, Chelsea está viajando entre México, Guatemala e Belize fazem três meses, aproveitando as férias da Universidade, onde cursa Sociologia.
Conversamos muito, durante muito tempo e como ela estava a caminho hoje de Poptún, uma cidade distante uns 50 quilômetros, daqui, e onde tem um Bosque para se acampar, nos despedimos, não sabendo se vamos voltar a nos ver, senão no Óregon, já que ela se ofereceu para me hospedar quando eu passar por lá.

Aproveitei também para dar outra organizada na ‘Guerreira’ já que na pressa de sair ontem de Pascaman, acabei descosturando a bolsa onde guardo a barraca, e também, o alforje do lado direito o qual está rasgando bem na costura. Não sei se vou conseguir consertá-lo mas isto não é problema já que aqui o que não falta e lojas e pessoas que fazem trabalhos e conserto em couro.

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