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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Colocando as coisas em ordem. Novidades e 'causos', México/Estados Unidos!

RESPONDENDO: Ao Jair, meu fiel fã e companheiro. Estou na torcida por seu tratamento e sua recuperação para que possa logo voltar a pilotar a 'Guerreira II'.
Ao 'Bostinha', Vice-Presidente do Motoclube Skolados, fique à vontade para fazer o que quiser. Quanto a demora dos posts agora vai ser assim pois tem muita coisa para eu ver, desfrutar e conhecer aqui na América.
Fiquem com Deus e um excelente final-de-semana!

Pois é, como disse a coisa vai escassear bastante em matéria de posts e, quando eu o fizer será em bloco, vários dias, que poderei ou não por questão de tempo e, de lembrança, separar pelas datas.

Saí de Nautles, Praia do Norte na segunda-feira, bem cedo, logo com o dia clareando, porém como disse, o ‘dia clareando’ aqui, não significa uma hora muito cedo, eram sete e meia da manhã quando pus a moto na estrada e segui viagem.
Tudo foi bem e tranqüilo, até Altamira, já na região de Tamaulipas, onde eram mais ou menos cinco e meia, da tarde quando cheguei ao trevo e já um policial, mandou eu encostar, pois, segundo alegou eu havia feito uma ‘manobra arriscada’, passando entre os dois carros que estavam parados no sinal aguardando.

Contestei, claro, e ele me disse que eu teria de pagar um ‘ticktet’, (multa), e que “presumia” eu tinha “condiçõe$” para isso.
Claro, era ‘armação’, para tentar ganhar uma grana, como eu disse que não pagaria nada, pois não havia cometido nenhuma infração, seu colega, outro policial, quando viu que eu estava com o pé direito descalço, apenas de meias e chinelos, tentou esse argumento e também se fudeu quando eu mostrei o curativo e o calo no meu dedo.
Sem alternativa eles me mandaram seguir pela via direto até um retorno para que então eu pudesse seguir minha viagem. Tudo armação.
O esquema de me mandar seguir em frente e não continuar dali, do sinal, quando este abrisse era para que outra patrulha mais a frente me ‘segurasse’ e assim pudesse alegar uma infração qualquer para me extorquir dinheiro. E foi exatamente o que aconteceu.
Logo que peguei o retorno para voltar, não andei trinta metros e encostou ao meu lado uma viatura com cinco safados me mandando encostar e depois de verificar minha documentação e, de ficarem surpresos e perpelexos pelos meus visas em meu passaporte, (dez anos para os Estados Unidos e seis meses para o Canadá), alegaram que eu havia feito uma convergência errada e que por isso eu teria de pagar uma multa de 2.600 Pesos Mexicanos.
Claro, era ‘putaria’ e isso ia continuar até que eu pagasse alguma merda a eles, então eu disse que não tinha todo este ‘bilhete’, (dinheiro), e que por conta disso então eu seria detido com a moto. Eles então perguntaram quanto eu tinha.
Disse que no momento 500 Pesos somente. Então eles disseram que ‘quebraria’ se eu pagasse 1.500, a metade da infração para me liberarem.

Aleguei que teria de ir a um caixa para sacar o restante e assim fui eu, escoltado por eles até um caixa, no caminho onde, eu, saquei mais 500 e disse que minha grana tinha acabado e que se eles não aceitassem, que me devolvesse os ‘outros’ quinhentos e me levasse para a ‘oficina’, (delegacia).

Como viram que iam perder a ‘moleza’, a coisa ficou por isso mesmo e eu acabei sendo liberado, no prejuízo de USD 85,00, uma “fortuna”, para aqueles pobres miseráveis que tem uma economia de merda de 12 Pesos para 1 Dólar.
Andei uns quilômetros e o ‘furo’ do pneu traseiro, que eu havia feito, vazou novamente, (uando eu digo que câmara-de-ar, não se remenda o ‘povo’ diz que sou ‘soberba’), e tive eu que parar novamente, desta feita não tive como pôr a moto no cavalete sozinho, tive de pedir auxílio aos motoristas que passavam até que um parou e aí pude finalmente sacar a roda, desmontar tudo e pôr de uma vez a câmara nova.
Isso levou uma hora e meia e quando ficou tudo pronto, já estava começando a escurecer e eu tive que rodar uns bons vinte quilômetros até chegar na cidade de Manuel, onde consegui um hotel por 100 Pesos, coisa de 8/9 Dólares, depois de contar a ‘dona’ e seus filhos que eu havia sido roubado pela polícia de Altamira.
Passei uma noite legal, apesar de não conseguir dormir por conta de tudo que havia acontecido no dia. A extrosão, o outro problema no pneu, enfim, eu até havia decidido ficar aquele dia ali, pois só dormi, já eram umas três ou quatro horas da manhã e faltava ainda 450 kms até a fronteira em Matamoros.

Acordei as oito. Uma neblina densa tomava conta de toda a cidade. Como estava descansado, resolvi ‘mandar ver’ na estrada. Arrumei tudo e meti o pé. Desta feita, com atenção redobrada e com a coisa preparada, se houvesse outra equipe de safados no caminho, em cima do GPS que eu diria e usaria para provar que não havia cometido nenhuma infração.
Graças a Deus e a todos os ‘santos’ que roguei me guiarem e me protegerem dos ‘maus olhos’ no caminho, foi tudo tranqüilo. Cheguei a última cidade de Tamaulipas, antes da Fronteira, ainda não eram meio-dia. Faltava agora abastecer e encarar 250 kms de deserto Mexicano, a região mais perigosa de todo percurso, depois de Sierra Madre, Chiapas, com suas curvas, uma vez que ali o perigo era potencialmente ‘narcotraficantes’ que seqüestram viajantes, na maioria ilegais e onde houve o massacre dos 74 ilegais, dentre eles 2 ‘brazucas’.
Seguindo a premissa de ‘Suplicy’, de que quando o estupro é inevitável o remédio é relaxar e gozar eu fui em frente contando com a proteção divina e a sorte.

Depois de rodar quase uma hora, ou mais, não lembro ao certo, atravessei uma parte do deserto e quando cheguei a um bloqueio militar, passei tranqüilo, sem ser incomodado e fui em frente, até um segundo bloqueio, onde me pararam, mas nada de fiscalização, apenas por curiosidade de saber quem eu era e para onde me dirigia e também para me avisarem dos ‘perigos’ potenciais da região, apesar de que faltava pouco mais de 30 kms para terminar a angústia.
Agradeci a todos a preocupação e as dicas e segui, conseguindo finalmente transpor meu último ‘obstáculo’ grande entre ‘eu’ e os Estados Unidos da América. Faltava só sessenta quilômetros.
Cheguei a Matamorros, quatro e meia da tarde. A esta altura eu já havia ligado o ‘foda-se’ para a questão dos 400 Dólares, de depósito, que eu teria de reembolsar, quando fizesse a saída do México, uma vez que não sabia se a agência do ‘Banejército’, funcionava em horário de expediente, caso sim eu passaria a noite ali a espera do dia seguinte para pegar minha grana enfim, segui para a Aduana e Imigração.
Tão louco estava para sair logo do México que, diga-se de passagem, ratifico, é um País Maravilhoso. Sua gente, sua cultura, a hospitalidade, mas, as Estradas, a Topografia, o Governo Omisso e a Corrupção das Polícias, desfazem qualquer vontade de seguir no País, (olha que eu tinha seis meses de visto), que esqueci, ou melhor, não quis mesmo fazer foto alguma do trajeto, salvo uma ou duas no deserto e na entrada de Matamoros, minha porta de saída, e das sinalizações rumo a ponte que une os dois Países, México X E.U.A., dois ‘mundos’ totalmente distintos.
Graças a Deus, ali a coisa foi bem mais rápida e tranqüila que em El Carmen e Tapachula. Tudo se resolveu em coisa de 20 minutos. A verificação do chassis da moto, o reembolso da grana, a baixa na importação temporal e minha saída do País, que tive de pagar 262 Pesos, exatamente o que me restava, parece brincadeira, em moeda Mexicana, que dei com o maior prazer e satisfação e segui finalmente para o lado estadounidense.
Uma pequena fila de carros me separava da entrada nos EUA, até que um policial veio e me perguntou algo sobre uma ‘tarjeta’, que eu disse não ter, ele então me indicou outra fila, esta com um carro apenas a minha frente que logo passou e chegou minha vez.
A policial que me parou indagou sobre um formulário I-69, (eu acho), que também respondi não ter ela então preencheu uma pequena ficha me deu e me indicou o prédio onde eu teria de me dirigir para fazer. Em seguida me mandou passar e parar à frente onde 4 policiais, procederiam a verificação da moto e de toda a carga.
Segui e parei, logo os quatro se acercaram de mim e depois que desci e pus a moto no descanso, me coloquei a disposição, abrindo o Baú, que foi olhado por eles, assim ‘por cima’, abri um alforje, onde estão minhas roupas, sendo então impedido de continuar, com eles perguntando se eu trazia alguma ‘droga’, que respondi negativamente, dizendo que somente “eu” própria. Carnes frescas ou armas.
Depois me mandaram fechar tudo e me dirigir ao prédio para fazer o formulário, que é a entrada no País e tempo que você tem, sem frescura de documentação da moto, nem nada nesse sentido, somente ‘você’, o veículo é como se fosse uma extensão.

Tudo não levou mais que vinte minutos e logo eu estava com uma permissão de seis meses para conhecer todo os Estados Unidos. Isso depois que o oficial de imigração me perguntou para onde eu iria, quanto tinha de dinheiro e quanto tempo eu queria e eu respondi que dependeria dele, uma vez que se me desse um prazo grande eu conheceria TODA a América Se fosse algo médio, conheceria os pontos mais importantes e ‘ditos’ turísticos e, se fosse algo, comum, tipo 3 meses, iria apenas fazer a Route 66, depois iria a Washington D.C., ver o Capitólio e a Estátua de Rosevelt e de lá para N.Y., onde passaria as festas de ‘Crhistmas’ e fim de ano, seguindo para o Canadá, para seguir viagem.
Na saída perguntei aos policiais se precisava fazer mais algum trâmite, se precisaria fazer o ‘tal’ seguro para veículo, enfim, obtendo de resposta que estava tudo certo e que o seguro dependeria da minha vontade, nada ‘obrigatório’.
Mesmo assim decidi que faria e segui, agora, já com vontade de fotografar, para Brownsville, a primeira cidade americana no Texas, alías, uma grande cidade.
A adrenalina era tanta que nem me importei com horário, com buscar lugar para dormir, nada disso. Queria curtir a tranqüilidade que a Terra de Tio Sam me oferecia, depois destes meses todos de América Central e os ‘ultimos 28 dias de México’.
Passeei por toda Brownsville.Fui em lojas de peças de carros, que são verdadeiros shoppings automotivos, enormes, com uma variedade de produtos inimagináveis. Fui num RV PARK, conferir preço para por minha barraca e passar a noite. Infelizmente nesse, não havia esta possibilidade, só traillers e reboques. Achei um Mac Donald’s e a fome “gritou”. Estacionei a moto, aliás, aqui não tem outra viadagem que é ‘estacionamento para motos’, você para numa vaga e pronto, entrei, pedi um ‘combo de Big Mac’, e paguei 3 Dólares.
Peguei na moto o note e me conectei para postar no Motonline que já estava na ‘América’ e ainda falei com minha prima em São Paulo.
Saí de lá já eram umas oito horas da noite, e fui abastecer a moto, onde ainda aproveitei para dar uma arrumada e ajeitada em tudo já que os ‘quebra-molas’ do México, quase que literalmente ‘quebram’ a “Guerreira”. Nunca, em todo este tempo de estrada estive num País onde hovesse tantos ‘quebra-molas’. As rodovias no México são feitas e infestadas de “quebra-molas”, um absurdo isso!
Subi a regulagem do amortecedor novo, 3 pontos, coisa que eu não havia feito quando troquei a fim de preservar ele, ajeitei melhor a bagagem no baú, dei uma esticada na corrente, que depois de duas desmontagens para reparo de câmara eu não havia feito. Dei uma conferida e calibragem na pressão dos pneus. Comprei um pacote de pão de forma, maionese, presunto, queijo e um copo grande de café, que coloquei na térmica e, depois de tudo ajeitado, fui catar um hotel para descansar e passar minha primeira noite em ‘solo estadounidense’.

Achei o mais barato por 35 Dólares. Ar-Condicionado, Frigo, (vazio), Microondas, Água Quente, TV a Cabo, enfim, o padrão dos hotéis, ou melhor, ‘motéis’ aqui é outro.
Depois de um belo banho, dormi o sono dos justos. Acordei já eram nove e meia da manhã com o sol dando ‘bom dia américa’.
Arrumei tudo e saí para buscar o ‘tal’seguro e depois de peregrinar em alguns escritórios de ‘insurance’, descobri que para fazer seguro, a moto ou carro, tem que estar registrado no Texas e sua Habilitação tem de ser Americana, sendo assim eu estava livre de gastar 100 Dólares por um ano de seguro.

Rodei mais um pouco e me lembrei de que tinha de comprar o GPS novo. Localizei o Wal Mart, no outro e fui às compras.
Encontrei um NÜVI 1300, de 4.3 de Tela, TouchScreen, com voz, por USD 149,00, um ‘supra-sumo’ para mim que navegava com o Vista do tamanho de um celular. Comprei e já sai de lá navegando ‘em cima’dele.

Peguei a estrada sem saber direito para onde iria, aliás, saber eu sabia. Peguei as coordenadas do escritório em Miami, onde vou fazer a Carteira deMotorista Internacional e inseri neste novo e pedi para traçar a rota de 2.600 milhas, aliás, aqui tudo é na base de milhas, galões e onças.

Mantive as configurações do GPS assim para poder me orientar na questão de velocidade nas estradas e ruas já que aqui o ‘bicho-pega’. Se você chegar num cruzamento com uma placa STOP e não pára, pode ter certeza que se houver uma patrulha você será parado e multado por isso, Também a questão de setas, ‘corredores’, etc. Aqui não há esta coisa de num sinal, você jogar no ‘corredor’ e seguir não. Aqui você tem que parar atrás de outro veículo, foda-se que dá pra passar. Se fizer isso vai se fuder na mão de uma patrulha, se houver uma.
Você é respeitado no trânsito como qualquer outro veículo, (falo por ser moto). Na estrada, você guia no centro da pista, (por exemplo), da direita e, se vem um caminhão, carro ou qualquer outro na mesma faixa que você em velocidade maior, desde uns 300 metros atrás ele já sinaliza e troca de pista para ultrapassá-lo e seguir em frente,sem essa de ‘tirar-fino’, dar ‘chega-prá-lá’, aqui é uma delícia se pilotar.
Capacete também é mero enfeite ou acessório. Já mandei o meu ‘às favas’, por enquanto, está pendurando no ‘gradio’ atrás da moto, mas eu digo, “por enquanto, porque quando me encher o saco ele vai pro lixo.

Parei num posto de gasolina para dar uma descansada e beber uma água e logo um motociclista, chegou numa HD 883, vermelha, se apresentou e começou a me sabatinar quando soube que eu era um 'trota-mondo'. Ao final, sacou 5 Dólares e me deu para ajudar na gasolina.
Segui até Kingsville, coisa de 200 quilômetros e novamente parei num Mac para comer, postar algo e como vi que se tratava de uma estação de serviços, resolvi ficar ali mesmo para passar a noite e descansar bem, sem mosquitos, fazendo da moto mesmo a ‘barraca’, com o plástico negro preso nela tipo uma pequena tenda e o ‘slip’ para me proteger do frio que a noite aqui no Texas é terrível.

Dormi até as seis e acordei com um vento muito forte e algumas gotas de chuva. Me levantei, desmontei tudo e pus a moto embaixo de uma proteção do posto e lá arrumei as coisas, troquei o óleo que eu havia comprado na Honda, ainda em Brownsville, um 10-40, (aqui é difícil 20-50), mineral usado pela Honda deaqui nas motos 4T, e debaixo do vento segui em frente.
Um detalhe engraçado é que quando fui ao banheiro dar uma ‘cagadinha’ básica, quando terminei, me limpei e levantei, a descarga acionou e eu levei um puta-susto, quase saindo correndo de calça arriada.
Em País de primeiro mundo, qualquer banheiro, as descargas são por sensores, assim como a água dos lavatórios, secadores, ou seja, tem sensor de cu, e também água quente.
Todo posto de gasolina, você que abastece. Você chega, para na bomba, desce vai na loja, paga o valor que quer e absatece, se for menos, você retorna a loja e pega de volta o que pagou a mais. Muito bom este sistema.
Tem banho em todas as paradas, claro, você paga tipo USD 7,00 mas tem água-quente, banheiro impecavelmente limpo e arrumado, muitos até, melhores que de muitas ‘casas’ aí do Brasil,isso tudo, PÚBLICO!
Também há “Rests”, nas estradas que são pontos de descanso para você dar uma relaxada, esticada de pernas, lugar para cozinhar, máquinas de venda de produtos, (refrigerantes, frios, águas), Wi-Fi, Baheiros ‘absurdamente’ limpos e asseados, um LUXO!
Voltando, o vento só aumentava de intensidade. Num ‘rest’ que parei, a força era tanta que quando desci da moto, fui empurrado para trás dois passos, imagina o que eu estava passando na estrada tendo que pilotar a 40 milhas por hora, (60 kms/h). Um terror.
Aproveitei para ‘marcar’um Wal Mart e dar uma passada para umas compras, onde peguei um ‘puta’ casaco de frio, (tipo para neve), 14, Dólares, uma Calça de Campanha, (cordura), 22, Dólares. Um ‘Micro-SD’, para o GPS novo, de 4 Gb, 14, Dólares, e mais um monte de miudezas, dentre elas anzol e coisas de pesca, que eu perdi em Mahahual, além de 4 pilhas recarregáveis já que as minhas foram todas para o espaço.
Segui em frente e já eram quase cinco horas quando me deu fome e desta feita resolvi me presentear com um ‘pequeno banquete’.
Há aqui uma rede chamada ‘Barb*Q*L', que pelo nome, por mais burro que se seja em inglês, como eu, sugere-se, ‘churrasco’, resolvi parar para comer, independente do preço ou do que eu fosse gastar, já que as compras do Wal Mart, saíram a 100 Dolares, exatos e eu havia economizado de estadia dormindo no Posto, logo eu me permitiria a este ‘luxo’.
Entrei e, o atendente não falava español, mas chamou sua mãe que falava e depois de eu explicar o que queria comer e, que fosse, ‘grande a quantidade’, recebi um prato de Carnes de Boi e de Porco, na brasa, uma salada de repolho, purê de batatas com lingüiça, uma espécie de salada de arroz frio, à grega, com maionese, umas fatias de pepino em conserva, uma fatia de pão de forma, Ketchup, e um copo de Coca-Cola, grande, tudo por 11 Dólares.
Me fartei e segui, agora já buscando um lugar para passar a noite e não foi preciso ir muito longe pois a oito milhas já encontrei outra para de caminhões onde me instalei, confortalvelmente para outra noite, desta feita, tomando um belo banho quante.
Hoje, sexta-feira, 29/10, não sei para onde, nem se vou seguir muito. Amanheceu, eu despertei as seis como de costume e depois de três copos de café, (dois deles escrevendo isso), vou decidir o que faço e até onde eu vou, com certeza a um Mac para postar isso.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Uma parte desde que saí de Yucatán, no México. Já estou nos EUA, desde Terça-Feira, 26/10

Me perdoe meus grandes seguidores, mas agora a coisa vai ficar meio complicada de eu estar postando direto pois, estou em trânsito e daqui para diante, creio, não vá mais desfrutar do conforto e da mordomia de estar me hospedando em Hostals, Hotéis e Pousadas, logo, por isso, minhas atualizações serão mais espaçadas e em ‘bloco’, como essa.

Saí de Mahahual, como havia dito na segunda-feira e segui direto para Ciudad Del Caermen, para pensava eu, ganhar o máximo de tempo, já que havia decidido voltar os 300 kms, a subir mais e depois descer novamente para o mesmo lugar.

Dei uma parada rápida em Escárcega para comprar a ‘cebolinha’ do freio traseiro que não acendia nem sei há quanto tempo, mas agora, em vistas de estar entrando nos EUA, tive de providenciar logo para não ter aporrinhação nas estradas de lá, enfim, comprei e segui contente pois já havia percorrido 300 quilômetros em apenas uma manhã, logo meu ‘plano’ estava dando certo e com isso ganharia tempo e reduziria minha viagem bastante até a fronteira.

Pareipara almoçar já era quase duas horas da tarde e por sorte, no ponto que parei, logo que perguntei sobre o preço do cardápio e pela ‘quantidade’ de comida, a dona me disse que eu poderia usar os ‘baños’, para ‘ducharme’ enquanto eu esperava a comida.

Caiu do céu. Eu não via, ou melhor, meu corpo não via água doce fazia uma semana. Barba por fazer, todo peludo, foi a deixa para eu pelo menos me recompor um pouco.

Terminado o banho foi a vez do almoço que diga-se de passagem, valeu cada centavo. Difícil crer mas comi ao moldes, em ‘quatidade’, do Brasil. Um prato comercial, ‘comercial’ mesmo. Com fartura de arroz e feijão, frango, salada, batatas cozidas, enfim, coisa rara de se ver nesses países.

Paguei, agradeci e segui em frente. Faltavam ainda duzentos quilômetros para Ciudad Del Carmen e eu queria passar esta noite, (nem que para isso eu tivesse de pilotar um pouco na escuridão), lá.

Não foi necessário. Cheguei a ponte que liga a cidade, situada numa ilha, ainda eram cinco e meia da tarde. Vale dizer que quanto mais eu subo em direção aos EUA, mais horas de claridade eu tenho durante o dia, em contrapartida, o sol também nasce mais tarde, tipo sete e meia da manhã o que me faz ter que esperar até este horário para sair.

Para meu desencanto, ‘pedágio’. Nada de ‘muiiiito’, absurdo, mas são 19 Pesos, coisa de USD 1,70 para cruzar menos de 500 metros de ponte.

Entrei na cidade e logo fui parado num posto de controle policial, mas nada de estresse, como eu havia previsto. De fato um só viajante desperta muito menos atenção das polícias e militares que em dupla ou mais. Passei por outros, um militar e nem mesmo parado eu fui, coisa que não aconteceu enquanto eu estava com Jaime, que em cada um deles éramos parados e tudo revistado.

Segui até um posto de gasolina até na cabeceira da outra ponte na saída da ilha. Ali eu fiquei e passei a noite que, não foi boa, já que não consegui dormir muito cedo, somente depois das 11 horas quando o movimento no posto diminuiu.

Terça-Feira, 19/10

Acordei como de costume as cinco horas. Faltava muito ainda para o sol nascer, mas mesmo assim me arrumei e pus o pé-na-estrada, porém a viagem já começou mal pois logo que entrei na ponte, me lembrei que não havia posto minha garrafa de água presa no baú e quando fui ligar o ‘alerta’ para encostar e arrumar, a chave que estava meio solta acabou caindo no asfalto e eu a perdi, por ser noite e pelo fato de que minha lanterna, muito pequena não oferecia luz suficiente para procurá-la, mas mesmo assim eu tentei bem uns quinze minutos antes de desistir.

Muito puto, subi na moto e segui em frente até o final da ponte, de mais ou menos um quilômetro, onde as placas já avisavam da chegada a mais uma ‘Caseta de Cobro’, ou seja, mais um pedágio e, desta feita, um ABSURDO. P$ 64 Pesos. Ou seja, USD 8,00 para passar numa merda de ponte de um quilômetro. - Nós cariocas reclamamos de pagar 1, 2 Dólares para curzar a Rio x Niterói com 12 Quilômetros de pista impecável. Durmam com um barulho desses!

Segui direto, sempre em cima do GPS, porém, como tenho por hábito, traçar a rota no note e depois passar para o aparelho, não me preocupo em estar verificando o rumo, se está como o que eu fiz, enfim. Por conta disso, quando cheguei em Paraíso, e, pelo fato de ter que ‘desabilitar’ as opções de evitar estradas com pedágios, (aqui noi México, 8 em cada 10 são pedagiadas), estradas vicinais, etc..., o aparelho refez a rota me jogando em uma estrada que, mesmo não sendo muito boa era transitável porém até certo trecho. Dali para diante era ‘areia’, areia fofa. Resumindo: 40 quilômetros rodados em vão e o retorno de tudo isso, somando 80 kms desperdiçados fora o tempo.

De volta a rota, parei na cidade de Rio Seco e aproveitei para almoçar já que eram onze e meia e, mais uma vez me fudi, pois a comida cara, 40 Pesos, era ‘mirrada’. Pedi para por mais arroz e feijão, que eu pagaria a diferença, já que aqui nesses países eles cobrem a falta de quantidade de comida com ‘tortillas’, ou seja, o prato tem 2 ou três colheres de sopa de arroz, uma ou duas de feijão, um pedaço minguado de uma carne, seja de boi, porco ou frango, uma raspa de salada, com duas fatias de tomate duas de cebola e uns desfiados de alface, (tudo natural, sem tempero), e, um prato com 10 a 15 ‘tortillas’. Isso é que engana a fome e eles acham que ALIMENTA a eles, mas mesmo eu pedindo e dizendo que pagaria a diferença a ‘vaca’ da mulher pôs mais duas colheres de sopa de arroz e uma de feijão no meu prato.

Comi aquela ‘merda’ para não me aborrecer e paguei, saindo dali e voltando a estrada até a localidade de Rancho Grande, onde o dia se encerrou com ‘chave-de-ouro’.

Logo depois de um trecho de dois quilômetros de obras, muito buraco, poeira e tudo de merda que pode haver num trecho de rodovia, logo que passei, já aliviado, numa cabeceira de ponte, dei uma porrada no desnível e com isso minha câmara traseira trincou.

Senti logo o pneu esvaziando e mesmo estando há uns 75 kms/h, já diminui a velocidade e joguei no acostamento no tempo exato em que se esvaziuou por completo. Desci da moto, consegui, apesar do peso por ela Np cavalete e já de cara me lembrei do reparador instantâneo, que foi comprado logo no início da viagem, em Sergipe.

Torcendo para que ainda estivesse bom, conectei a mangueira na câmara e, ‘voilá’: - O pneu inflou novamente. Graças a Deus, poderia pelo menos seguir até o posto de gasolina, distante mais ou menos um km, para lá então cuidar de reparar o pneu.

Rápido, para não dar mais chance ao ‘azar’, subi na moto e, meu erro, foi parar uns metros adiante onde uns homens vendiam alguns animais, ( papagaios, filhotes de jacaré), para perguntar e confirmar a existência de um posto próximo.

Nesse meio tempo com meu peso e mais o do baú, o pneu voltou a esvaziar e eu novamente tive de parar, desta feita, sem ‘reparador’, mas, com o compressor que deu uma inflada e com isso consegui chegar até o posto de gasolina.

Ao contrário dae do ‘BRaza’, aqui nos postos de gasolina, dificilmente, raríssimo mesmo, há borracheiros, lojas de auto-peças, ou seja, se fura um pneu ou se há uma pane que necessite de um serviço assim, o fato de estar próximo ou num posto de nada adianta.

Parei a moto e logo uma mona, vendedora de salgadinhos me ofereceu seus produtos que agradeci por hora, mas que ao término do conserto eu certamente aceitaria.

Pus mãos-à-obra, pegando todo o ferramental necessário para tirar a roda, pneu e câmara, bem como uma câmara nova, que tenho de reserva e os remendos a frio para vulcanização, se, fosse possível e ‘seguro’ remendar, pois, até então eu ainda não sabia o tamanho do estrago na câmara.

Por sorte foi coisa mínima. Menos que um milímetro de furo, logo eu poderia tranqüila e seguramente vulcanizá-lo sem ter de ‘queimar’ um cartucho usando a câmara nova.

Tudo não levou mais que hora e meia e novamente a ‘Guerreira’ estava pronta para a ‘batalha’, ou melhor, ‘pronta para voltar a encarar a estrada’.

Desnecessário dizer que durante este tempo eu e a moto fui o centro das atenções de todos que passavam ou paravam no posto ou na loja da OXXO, uma rede de conviniência, paralela a PEMEX, que monopoliza a distribuiçãao e venda de combustíveis aqui no México.

Alejandra, a vendedora, pegou minha câmera e tirou umas fotos, assim como também foi na ‘loja’ comprar uma Coca-Cola para eu tomar enquanto estava reparando o pneu.

Já descansado e como já eram quase cinco horas da tarde, de um dia que havia começado errado e com tantos problemas, resolvi ficar por alimeno, para passar a noite e seguir viagem no dia seguinte depois de descansar bem. Lêdo engano.

Comi dois empanados de Alejandra, e durante este tempo algumas pessoas que chegavam começavam a conversar e com isso, acabei sendo presenteado por muitos, com várias coisas, como por exemplo, umvendedor autônomo, também motociclista e que já foi até os EUA, me deu uma Lanterna de LEDS, recarregável, um saco com vários pacotes de biscoitos, duas latas de atum, um pacote de sucrilhos e uma camiseta do MotoClube que ele faz parte em Yucatán, de Harley-Davidson.

Depois foi a vez de um representante de vendas, da POLIFLEX, me presentear com um Boné da empresa e duas camisas e, por último, doiss motoristas de uma empresa do Governo Mexicano, responsável pela coleta de lixo e material contaminante me presentear com um par de luvas, endossando tudo o que outros motociclistas que já fizeram esta rota falam a respeito do México e de seu povo com relação a ‘nós’ brasileiros. São todos extremamente simpáticos e hospitaleiros.

Falando um pouco do País, apesar de seu povo ser um povo amável e simpático, o mesmo já não se pode dizer das autoridades e principalmente do Governo de um modo geral, já que deixa a desejar em diversos quesitos, o maior e principal deles é a falta de estrutura e de manutenção das rodovias, que mesmo muitas, ou melhor a maioria esteja privatizada sendo explorada por empresas privadas, não oferecem ‘um mínimo’ de serviços aos usuários que são explorados com valores absurdos de pedágios em trechos que quase nunca chegam aos 50 kms, sendo mais ao norte, cobrado em média 200 Pesos, ou, USD 15,00.

Com uma malha viária excelente, do ponto de vista ‘logistíco’, o México deixa a desejar no quesito seguran;Ca e serviços a exemplo de quesua topografia é TODA de serras. Não há alternativas ‘planas’, a não ser no litoral, mas mesmo assim, ainda há algumas serras e, com o risco constante de tornados, furacões e chuvas torrenciais, as autoridades nada fazem para se evitar novas tragédias ou novos desastres, como a exemplo agora coma passagem do Furacão Haid, que destruiu localidades inteiras não só na região do Golfo, bem como em Chiapas, ao Centro e ao Norte, e nem por isso, se vê trabalhos de contenção de encostas ou prevenção.

Houve na regiãao de Chiapas, ‘pueblitos’, inteiros soterrados, como a foto da ‘gasolineira’ que eu postei, enterrada em umdeslizamento e no máximo o que se vê que está sendo feito são algumas máquinas limpando o asfalto para o trânsito fluir.

Outro ponto que também merece destaque é que mesmo com toda esta excel6encia em malha viária, esta é extremamente cansativa de se pilotar, pois, quando não são trechos íngremes, perigosos, repletos de curvas, são retas infindáveis, nunca menos que 30 ou 50 quilômetros o que leva a qualquer motorista ao extremo do desgaste.

No que tange a segurança, as rodovias são muito bem patrulhadas, como até, excesso de polícias, sejam estatais de trânsito ou federais e, nas regiões consideradas ‘críticas’, de narco e imigração ilegal, postos de controles do Exército, porém, TODOS, excedem suas funções e como no meu caso em particular e de qualquer outro viajante, fazem perguntas sem quaisquer relevância, levando você a um momento passar a ter uma atitude mais grosseira, quando que se houvesse um mínimo de senso e de tato isto poderia ser contornado. Um exemplo:

Nas primeiras vezes em que fui parado, quando ainda estava com Jaime, invariavelmente o procedimento é a pergunbta inicial de onde vem para onde vai. Revista de tudo, alfoirjes, mochilas e baú, documentação da moto, carteira de motorista e, perguntas tipo: “A que se dedica”, (trabalho) e, “Como se mantém”, (ustento).

De início eu nãao maldava, até que percebi que o ‘intuito’ dessas perguntas era saber sua ‘condição financeira’, ao invés de ‘mera curiosidade’, foi quando então, já em Escárcega, passei a ser ‘grosseiro’, e a responder que: “Me dedico a Viajar!” e que “Me mantenho da maneira que Deus me permite!’, justificando que ‘eu’ não sei como funciona aqui no País deles, mas que no meu, estas perguntas são de cunho pessoal e não interessa a ninguém, logo me reservo a não respondê-las, podendo até me sentir ‘molestado’, caso haja alguma insistência.

Voltando, depois de todo o sufoco do dia, chegou a noite e eu ‘pensei’ teria o merecido descando mas me enganei redondamente pois, depois de tganto tempo na estrada eu NUNCA havia estado num lugar com uma infestação tão grande e terrível de mosquitos.

Parece até absurdo, mas em RANCHO GRANDE a coisa é terrível e eu não consegui dormir até por fim, isso já eram mais ou menos uma da manhã, pegar meu ‘slipper’ entrar nele, fechar até em cima e assim mesmo, os mosquitos continuavam a infernizar.

Acordei depois de um pequeno sono profundo as quatro e decidi seguir mesmo com noite ainda, apesar de que na saída de Ciudad Del Carmen eu havia me dito que não faria isso, mas as circuntâncias não me deixavam outra alternativa.

Quarta-Feira, 20/10

Mesmo estando cansado e extenuado, resolvi arriscar a ter de ficar mais tempo ali naquele lugar com tantos ‘sancudos’.

A pressa de sair foi tanta que me esqueci de pôr agasalhos e por isso logo que cheguei ao topo da serra, parei e me compus pois já não estava mais agüentando de frio, (as madrugadas aqui, os termômetros chegam a marcar três graus), e meu objetivo naquele dia era chegar pelo menos a Vera Cruz, cidade que até então era uma icógnita para mim, uma vez que por conta do tal ‘huracan’, esta foi atingida em cheio e ficou em petição de miséria.

Os noticiários diariamente falam do desastre e da tragédia que o ‘povo’ local enfreva e eu, por já ter passado ‘Sierra Madre’ e conhecer um pouco melhor a realidade do México, estava apavorado pelo que poderia encontrar, porém não foi nada demais. Pelo menos em minha rota, só vi placas tombadas e arrancadas pela força do vento, um ou dois trechos em reconstrução por conta da queda de pontes, nada mais. Mas eu estava esqotado. Praticamente sem dormir a duas noites e depois de ter encarado num só dia, (segunda-feira), quase 600 quilômetros. Não agüentei o tranqco.

Depois de passar pela cidade de Santiago Tuxtla, onde comi uns Tacos, como almoço, chegando a Angel R. Cabada, ‘joguei a toalha’ e me rendi. Parei num hotel para descansar. Não havia condições de continuar.

Depois de tratar o preço, 130 Pesos, USD 10,50, comprei e bebi uma Coca-Cola e subi para o quarto onde me joguei na cama e apaguei até as sete da noite, quando acordei, desci, fui numa ‘abarroteria’, na esquina comprei pão, presunto e quiejo para lanchar, comi e voltei a dormir até as seis quando acordei e novamente tentei seguir viagem.

Quinta-Feira, 21

Saí do hotel com o dia começando a clarear. Estrada tranqüila, trecho plano e segui em frente passando por muitas pequenas cidades litorâneas, já que minha rota está bem próxima ao mar.

Passei também pela Usina Nuclear do México, que produz eletricidade para vários Estados, numa viagem tranqüila se não fosse o fato do meu esgotamento físico pelas duas noites sem dormir.

Segui até Veja de Alatorre, mais ou menos meio-dia e novamente tive de me render ao meu corpo. Não havia condição alguma de segui. Depois de seguir uma placa da estrada que anunciava um hotel ao preço de 150 Pesos, com Wi-Fi e dar varada, acabei voltando e depois de me informar fui para uma pousada, tipo um ‘pulgueiro’, mas que tinha cama e ventiladoir e no momento era o que eu mais precisava.

Acertei o preço, 120, Pesos / USD 10,00, me acomodei, tomei um banho e me joguei nna cama até as cinco e tal da tarde quando levantei com fome, saí, fui a uma ‘taqueria’, comi uns tacos, depois foui numa loja de óleo, comprei o Actevo, da Castrol, por ser mineral, já que MOTUL aqui não existe e, creio, o monopólio do Governo não deixa entrar, depois fui catar uma loja de peças para trocar os amortecedores traseiros que já estavam igual uma ‘bomba de flit’, pagando 520 Pesos / USD 43,00 no par e voltabdo para a pousada onde fiz um café, tomei e voltei para a cama, decidido a não forçar mais barra e no dia seguinte partir apenas à cata de um lugar melhor para ficar o final-de-semana, até segunda-feira, descansando, uma vez que estou a 880 Kms da Fronteira em Matamoros e é para esta que vou mesmo sendo bem dentro da região onde houve o massacre dos imigrantes mas vou passar ‘batido’ pela cidade.

Sexta-Feira, 22/10

Logo que saiu os primeiros sinais de luz eu já estava de volt a estrada. Rodei somente quarenta e três quilômetros at;e a cidade de Nautla, e num camping, depois de para e me informar do preço, que inicialmente era 80 Pesos e consegui baixar para 50, acabei ficando para descansar e repor as energias.

Não parece mais uma noite de sono perdida é terrível e eu posso, agora, afirmar e assinar embaixo disso uma vez que as ‘duas’ perdidas eu ainda não consegui repor.

Logo depois de me instalar, de armar a barraca e por minha rede, deitei nela e apaguei até a hora do almoço quando saí fui até o povoado próximo e comprei uns mantimentos para preparar o almoço, comi, voltei pra rede e dormi até quase as seis da tarde, quando saí novamente para comprar yogurte e tomar com sucrilhos, voltando a dormir até hoje, (sábado – 23/10), de manhã.

Fico por aqui, até sggunda e mais uma vez me desculpem pela falta de posts, mas é que esta minha estada no México está muito conturbada e se a coisa melhorar nos EUA, volto a fazer com mais freqüência. Um bom final-de-semana para todos!

domingo, 17 de outubro de 2010

Decidido e Resolvido: PARTO AMANHÃ!

Valeu Skolados,

fico feliz que esteja de alguma maneira sendo útil aos companheiros e pode ter certeza, vou manter-me sempre 'ligado' e antenado, postando tudo que for de relevância aqueles que um dia possam vir a fazer a mesma coisa.

Evandro, irmão,

este texto 'arrasou', muito show mesmo e quanto ao Jaime, o fato era exatamente esse e voc6e conseguiu sintetizar tudo.

Por um lado é bom ter um parceiro, uma pessoa para repartir e partilhar as experiências, mas no final, é como você descreveu. Atrapalha mais que ajuda, até mesmo porquê, eu já estou com tudo meu alinhavado. Tenho tudo milimetricamente definido e organizado. Uma semana, e eu vi tudo aos poucos se desmoronando e eu tendo que 'novamente' me adaptar e me enquadrar. Há males que vem para bem.

Vou seguir viagem amanhã, já está decidido. Parto cedo para Escárcega, de lá para Ciudad Del Carmen. Não vou usar a rota por Campeche não, já que além de aumentar o trecho em 700 Kms, não vai somar 'porra' nenhuma. É mais interessante voltar os 319 Kms e seguir direto para Laredo, no Texas.

Também refiz uns projetos e, ao invés de gastar grana desnecessária aqui no México, vou deixar para comprar tudo e me reequipar em Miami, já que é meu primeiro destino depois que eu cruzar a fronteira dos Estados Unidos.

Tenho que comprar roupas, agasalhos, um 'slip' novo, o NUVI 500, o Painel Solar, para recarregar e gerar energia para luz e notes, enfim, aqui eu gastaria bem mais que lá, logo, a coerência falou mais alto e não vão ser mais 10 ou 15 dias que farão diferença.

Decidido e Resolvido: PARTO AMANHÃ!

Valeu Skolados,

fico feliz que esteja de alguma maneira sendo útil aos companheiros e pode ter certeza, vou manter-me sempre 'ligado' e antenado, postando tudo que for de relevância aqueles que um dia possam vir a fazer a mesma coisa.

Evandro, irmão,

este texto 'arrasou', muito show mesmo e quanto ao Jaime, o fato era exatamente esse e você conseguiu sintetizar tudo.

Por um lado é bom ter um parceiro, uma pessoa para repartir e partilhar as experiências, mas no final, é como você descreveu. Atrapalha mais que ajuda, até mesmo porquê, eu já estou com tudo meu alinhavado. Tenho tudo milimetricamente definido e organizado. Uma semana, e eu vi tudo aos poucos se desmoronando e eu tendo que 'novamente' me adaptar e me enquadrar. Há males que vem para bem.

Vou seguir viagem amanhã, já está decidido. Parto cedo para Escárcega, de lá para Ciudad Del Carmen. Não vou usar a rota por Campeche não, já que além de aumentar o trecho em 700 Kms, não vai somar 'porra' nenhuma. É mais interessante voltar os 319 Kms e seguir direto para Laredo, no Texas.

Também refiz uns projetos e, ao invés de gastar grana desnecessária aqui no México, vou deixar para comprar tudo e me reequipar em Miami, já que é meu primeiro destino depois que eu cruzar a fronteira dos Estados Unidos.

Tenho que comprar roupas, agasalhos, um 'slip' novo, o NUVI 500, o Painel Solar, para recarregar e gerar energia para luz e notes, enfim, aqui eu gastaria bem mais que lá, logo, a coerência falou mais alto e não vão ser mais 10 ou 15 dias que farão diferença.

sábado, 16 de outubro de 2010

Dúvida Cruel.

Estou agora num impasse terrível. Não sei se fico por mais duas semanas aqui em Mahahual, a espera do meu pagamento para seguir com dinheiro, tranquilo, sem necessidade de estar economizando cada centavo, ou, se parto logo na segunda-feira, com calama e tranquilidade e chego, acredito na fronteira, a tempo de passar o halloween nos Estados Unidos. Não sei mesmo.
Tenho contado os dias para ir-me de uma vez. Não que o México seja um País ruim, nada disso, muito pelo contrário. Até agora, pelo menos, só tenho elogios, tirando é claro o 'funcionário kakura', (velho), da Aduana, que levou o dele, claro, e Sierra Madre, um perigo potencial a qualquer viajante, mas que tenho tido explicações de diversos 'locais', que tudo foi por conta desta última temporada de furacões que foram muito pessadas e terríveis. Até mesmo aqui em Mahahual, passou um que arrancou as cabanas da areia da praia.
Falando em temporada de furacões, deixei um comentário no Blog do Adriano, um companheiro 'motonliner' que em meados do ano que vem, vai fazer esta rota, mas pelo visto ele não 'captou bem' a minha mensagem, de alerta, uma vez que vai passar por aqui, justamente no 'pico' da temporada e como o México, (isso nem eu sabia), é um país entremeado e basicamente situado em serras e montanhas, seja no litoral do Pacífico, no Centro, onde está DF, ou, no Litoral do Caribe, ele não terá a 'alternativa' que argumentou de buscar 'rodovias e rotas' mais diretas ou seguras. Todas, sem excessão, estão em serras e com propenção a 'derrumbres', (deslizamentos), e soterramentos, isso, sem falar na questão das quedas de pontes que são uma constante também nessas épocas.
Mesmo sendo um país que conta com uma malha viária bem extensa e diversificada, a  topografia não ajuda e com isso todas as regiões estão propensas a ter desastres naturais como estes, enfim, espero que dê tudo certo para ele, "eu" pelo menos fiz a minha parte de avisá-lo, já que tenho a certeza que como eu e outros tantos, imaginamos que apenas na região do golfo o bicho pega, mas não, é em TODO O PAÏS!

Voltando, com relação ao meu 'ex' parceiro de estrada, vi que de fato a coisa é mesmo complexa para quem como ele, se aventura numa jornada dessa sem estar 100% decidido a mudar de vida.
A estrada é mesmo algo extenuante. É sim, por um lado, contagiante, empolgante. Quem nunca se imaginou um 'rider'. Andando pelas estrada mundo à fora sem rumo certo, sem destino. Sem compromissos, horários, obrigações, uma vida autônoma. Mas esta 'vida' tem seu preço. Regras e rotinas que tem de ser levadas em consideração e isso, pelo que disse Jaime quando justificou sua desistência é o que pesa.
Para ele, a obrigação, o zêlo e o cuidado com a moto que tem de ter, foi o que pesou na sua decisão de voltar a Guatemala e de lá empreender sua 'nova vida', não como motociclista e sim como mochileiro.
Querendo ou não, quando se opta por viajar de moto, esta se torna parte de você. Os mesmos cuidados que se toma com relação a sua saúde, você passa a ter que tomar também com a moto e, como ela não fala, não pode expressar o que sente por ela mesma, cabe a você ter atenção a cada detalhe, cada coisa que não esteja dentro do que se pode considerar normal.
Um vazametozinho, um barulho diferente, um estalar, tudo é motivo para se averiguar. É necessário atenção e dedicação constante e isso foi o que fez, (agora percebi isso, repassando alguns epsódios), Jaime mudar sua idéia e intenção de se tornar um viajante como eu.
Para mim, a coisa voltou ao que era antes, até para melhor, no sentido de que só, eu consigo me organizar melhor, (agora eu percebo e confirmo isso). Consigo estar mais 'antenado' as minhas regras, coisa que na semana em que passamos juntos eu não consegui.
Uma coisa simples que era atualizar o Blog, organizar minhas coisas na rede, eu comecei a deixar para trás tudo por quê, eu tinha com quem dividir e repartir em tempo real o que acontecia e com isso acabei relaxando com a NET.
Outro ponto é que eu aprendi, ou melhor, eu sempre fui só. Não me habituo mais a ter ninguém comigo. Me tonei uma 'Eremita do Século XXI', ou seja, me basta meu Note e uma conexão com a Internet. Isso para mim é fundamental.
Prefiro falar e me expressar através de palavras e textos escritos que por meio de voz. Estranho, mas é minha realidade hoje. Nada de diálogo 'in-locco', tudo na base da escrita. Estou ficando louco... será???

Vou continuar matutando aqui sobre ir ou não ir logo para os EUA. Até terça-feira, (meu limite), eu decido isso. Por enquanto vou 'levando', do jeito que der, enrolando os dias, (que estão entediantes), empurrando com a barriga e tentando de todo o meio modo ocupar meu tempo aqui na minha base invadida do Bien Raices.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Já me preparando para partir!

Já estou em contagem regressiva para sair de Mahahual. Depois de queimar muito a cabeça, buscando rotas alternativas e com menos 'serras', acabei encontrando uma, que aumenta em mil quilômetros meu caminho até a fronteira, mas me tira das piores serras e estradas com curvas e 'possíveis' derrumbres, já que soube, Vera Cruz, cidade à beira do Golfo do México, que seria minha opção mais curta, 1860 kms até Nuevo Laredo, está debaixo d'água.
Passei o dia de ontem me organizando neste sentido. Fiz umas compras básicas de comida, comi os peixes que havia pescado na véspera, e já dei uma 'geraldina' na 'Guerreira'.
Para evitar ter de voltar a Escarcega, 585 kms, vou subir para Campeche e depois baixar até Isla Del Carmen e de lá para Puebla e San Luis Potosi.
Jaime pelo que li em seu blog já está em Guatemala, na Isla de Flores, depois de baixar por Belize, evitando assim 'Sierra Madre', num trecho mais seguro para sua volta.
Li também, que teve de pagar Duzentos e Sessenta e Dois Pesos, pela saída do México, coisa de 20 Dólares, o que não nos é informado no momento em que se entra no País, uma falha, mas que temos de 'engolir' e 'digerir' da melhor maneira possível.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Muitas novidades nas proximidades de Cancún

Desculpem o longo tempo sem postar, mas verão que foi por uma boa causa.
Saímos de Chable na segunda-feira, bem cedo e subimos rumo a Cancún, direto, sendo que paramos em Escarcega para fazer algumas compras de comida, aproveitei também e comprei medicamentos para meu ‘calo’ que estava me matando e seguimos viagem, direto.
Graças a Deus agora estávamos ao nível do mar. Estradas boas, retas infindáveis, aliás, esta é uma característica das rodovias aqui no México, as retas são muito, muito longas, não menos que 40 ou 50 quilômetros.
Fomos parados duas vezes pela polícia, a última na saída de Escarcega, onde me pediram além dos documentos da Aduana, ainda minha carteira de habilitação. Como se fosse possível eu fazer a ‘importação temporal’ da moto sem estar com minha habilitação... vai entender.

Chegamos a uma localidade chamada Chalakmul, e, onde avistei uma espécie de ‘barraca de beira de estrada’ abandonada e me convidando a me instalar.
Como também estava procurando um lugar para parar, fazer um café e lanchar, parei e enquanto preparava tudo consultei Jaime sobre a possibilidade de fecharmos o dia ali mesmo e descansar de uma vez já que o local era ótimo, com teto, sem necessidade de armar barraca, enfim.
Estacionamos as motos, ‘eu’, coloquei minha rede, Jaime, seu edredon e assim nos preparamos para a noite que chegava. Fatal, que seríamos ‘comidos vivos’ pelos “sancudos”, mas nada que um pouco de repelente e cobertas não amenizassem.

De fato a noite foi ótima e tranqüila, tirando os ‘sancudos’, porém, brabo mesmo, para mim que estava na rede e com apenas um lençol foi a temperatura na madrugada. Impressionantes, ‘oito graus’. Isso mesmo, oito graus ao nível do mar. Esta é uma característica da noite aqui no México, não importando muito a região, não, pelo menos agora no inverno, cujo o horário é de ‘verão’. (rs)
Acordamos embaixo de muito frio, eu vestindo minha jaqueta, luvas e com a balaclava cobrindo as orelhas que pareciam duas pedras de gelo.
Arrumamos tudo e partimos ainda não eram sete horas da manhã, com a perspectiva de um tempo espetacular com sol, deixando para trás definitivamente a água das chuvas que tanto nos fizeram passar mal estes dias desde que saímos de Tapachula.
Dez horas da manhã e estávamos em Chetumal. Região de muitos lagos e lagunas e onde, logo, encontrei o Lago Milagros e resolvi dar uma ‘linhada’ para ver se havia peixes para economizar o almoço.
Aproveitando as tortillas que Jaime guardava a meu pedido desde a Guatemala, lancei a linha umas 3 vezes e nada, por isso desisti, recolhi tudo e voltamos a estrada até Bacalar, onde chegamos era meio-dia e, para não ter que cozinhar, acabamos comendo um ‘Pollo Inteiro’, com arroz, salada, feijão, Tortillas e um Refrigerante de 2 litros, tudo por P$ 80,00, coisa de USD 6,70.

Depois de descansar até mais ou menos uma da tarde, voltamos a estrada chegando ao trevo que levava a cidade de Mahahual.
Seguimos e depois de andar sessenta quilômetros encontramos o ‘paraíso’, não muito distante de Cancún e onde ficamos para passar a noite.
Logo na entrada, há uma ‘barreira’ do exército. Fomos parados, nossa documentação e bagagem conferidas e depois liberados. Todo o tempo que estive sem ser ‘perturbado’ por polícias, patrulhas, postos de controle, etc, estou ‘compensando’ aqui no México. Não sei se pelo fato de estarmos em ‘dupla’, mas em todas as barreiras estamos sendo parados e fiscalizados, coisa incrível para mim.
Depois de pararmos no ‘farol’, fazer fotos e encontrar dois policiais de moto e nos informar sobre onde acampar, fomos na direção indicada por eles e num cruzamento, logo que entramos, esquina de um hotel, um casal de poloneses, tripulantes de um imenso navio de cruzeiro que estava fundeado no porto, nos saudaram e nos fizeram parar para tomar alguma coisa e nos conhecermos.

Ficamos sabendo que Mahahual era uma cidade pacata, muito segura, sem problemas de violência, furtos, criminalidade, principalmente pelo fato de haver somente uma entrada, logo, qualquer coisa ou delito que se pratique, fatalmente terá de se sair por onde entrou e onde há o posto de controle do exército.
Depois desta pequena ‘social’ saímos em busca de um lugar para ficar e encontramos uma pequena choupana de sapé, na areia onde fizemos de nossa ‘casa’.
Estacionamos as motos, arrumamos tudo e nos instalamos com direito a bandeiras, (do Brasil e Piratas do Caribe), para marcar local e domínio, cozinhamos algo e logo entramos para a barraca, uma vez que os ‘sancudos’ começaram a atacar.
A noite enquanto esperávamos o sono chegar, conversamos e nos acertamos de ficarmos pelo menos uns três dias curtindo o lugar.
Na manhã seguinte, Jaime saiu e foi a cidade para comprar pão, água e outras coisas para nosso desejum e eu aproveitei para pedir-lhe que trouxesse um peixe qualquer para que pudéssemos usar de isca para pescar nosso ‘almoço’.

Logo que voltou, preparei tudo e fui para a praia com ele e depois de quase uma hora de pesca o resultado foi, 2 pequenos Xaréus, 3 Cocorocas e 1 Barracuda que garantiu nosso almoço de ‘frutos-do-mar’ caribeño.
Uma coisa que se acaba fazendo, quando se opta por viver assim como eu, é ‘reeducar-se’, principalmente no que tange a alimentação e, apesar de eu estar falando isso com Jaime, desde que saímos de Guatemala, ele não se interessou muito e toda noite, como se estivesse em casa, quer cozinhar e fazer um jantar, coisa que nem sempre é possível, principalmente por falta de luz, não temos energia elétrica ficando a mercê de lanternas e consequentemente gastos com pilhas.
Acho que ele não gostou muito quando dei uma ‘situada’ nele, nesse sentido, depois que ele, parecendo um ‘zumbi’, ficou a noite catando coisa para comer e fazer, isso depois dele ter ido na cidade no dia anterior e comprado somente um ‘saco de pão-de-forma’, por achar ‘caro’, 20 Pesos, coisa de USD 1,65.
Disse a ele, depois que me levantei e saí da barraca para preparar um arroz com ovo para comer, que há momentos em que cozinhar é difícil, principalmente a noite e que ele, deveria passar a comer bem, por volta das cinco da tarde, para poder ‘segurar’ a noite, já que os sancudos e a falta de energia impossibilitavam fazer qualquer coisa depois que a noite caísse.
Creio que isso não foi bem interpretado por ele que no dia seguinte, logo que amanheceu me disse ter passado a noite a pensar e decidiu voltar a Guatemala.
Indaguei se a decisão foi por conta do que eu havia dito sobre comer à noite e ele me disse que não, que era pelo fato de não estar se adaptando bem a responsabilidade com a moto, que o deixa preocupado, ainda mais depois que eu identifiquei um ‘vazamento’ de óleo que a princípio eu pensei ser do motor, mas que de fato era do filtro de ar, de espuma, embebido em azeite e que com o calor do motor, ficou mais fino escorrendo o excesso.
Disse que a ‘moto’ o estava limitando e que voltaria a Guate, para deixar a moto em casa e seguir sua vida como mochileiro, já que dessa forma se sentiria mais livre, sem responsabilidades.
Concordei, afinal, era uma decisão sua, mas essa de sentir-se ‘preso’ por conta da moto, não convenceu. Creio sim que o que eu disse tenha tido para ele um ‘efeito de balde de água-fria’, já que talvez, tenha imaginado que a vida na estrada fosse a mesma de casa e também pelo fato de que não há luz elétrica a noite e com isso se torna obrigado a recolher-se cedo para a barraca e dormir, coisa que eu vinha reparando ele não gostava muito.
Outro fato que eu acredito tenha feito ele desistir, foi o de não estarmos em trânsito direto, ou seja, não se passa 30 dias por mês, direto, rodando. Há paradas. Algumas de dois ou três dias, outras mais longas, e que servem, não só para dar uma relaxada e descansada, como também como economia já que rodando se gasta em média USD 12,50, só de combustível, diariamente, cerca de 18 litros e meio de gasolina. Parado, este valor não é gasto e, acampando como por exemplo aqui em Mahahual, onde se há pesca e outras coisas, a economia é brutal.
Ontem, segunda-feira, Jaime se foi pela manhã. Depois de vermos uma rota alternativa para ele não ter de ‘encarar novamente’ Sierra Madre sozinho, ele retornou a Chetumal, onde fará a revisão de sua moto numa concessionária da Vento e de lá seguirá para Corozal, fronteira com Belize e de lá para Ciudad Guatemala, uma rota de mais ou menos mil quilômetros.
Eu por minha vez, continuo em Mahahual até, pelo menos, semana que vem, mesmo com a previsão de uma ‘tormenta’ que se aproxima. Será minha primeira tempestade no Caribe, na temporada dos ‘furacões’.
Apesar de ser um pouco mais cara as coisas aqui, não é nada de absurdo. Passa-se muito bem com cerca de cinco dólares por dia, logo vou ficando e aproveitando enquanto der. Depois, meu rumo será Isla Del Carmen, já no rumo da fronteira em Nuevo Laredo, que não sei, eu chegarei antes do final do mês. Se ‘sim’, verei o Halloween, se ‘não’ verei a festa dos mortos no dia 2 de novembro em todo o México. De qualquer modo não deixarei de testemunhar ‘uma’ de qualquer que seja das festividades de cada umn dos Países, E.U.A ou México!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

(Sábado, 02/10) E continua o ‘sufoco’ em Sierra Madre.

Saímos do posto logo que o sol raiou. Começando a chover. Por isso colocamos as roupas de chuva e fomos em frente. Novamente começamos a subir, depois de termos baixado aos 1.500 mts.
Estrada com centenas de curvas, deslizamentos, muitos quebra-molas, uma verdadeira ‘merda’ para uma moto como a minha e sobrecarregada, mas a ‘Guerreira’ se mantinha firme.
Chegamos a Altamirano. Pouco antes do trevo da cidade fomos parados por dois policiais que conferiram nossos documentos, os da moto e nos desejaram boa viagem e com a ressalva para ‘termos cuidado’ na cidade.
Descobrimos o motivo logo no trevo, do aviso. Havia uma ‘barreira’ formada por estudantes que cobravam um pedágio de 10 Pesos, sob o argumento de ser o dia 02/10, data histórica em que centenas de estudantes foram mortos ali, há 47 anos. Pagamos e seguimos até um posto abastecemos e depois de combinarmos que ‘ali’, não era o melhor lugar para ficarmos seguimos mais trinta kms, onde paramos num ‘povoado indígena’ para cozinhar e onde atraímos a atenção de todos por conta do fogareiro a gasolina e onde não se falava español, só o dialeto local.
Comemos e voltamos a encarar Sierra Madre, tivemos uns quilômetros de descanso, de paisagens bonitas, até que Jaime sentiu sono e paramos para ele tirar um cochilo depois de que voltamos a subir mais e ‘topamos’ com curvas e mais curvas, acentuadíssimas.
Refeito, voltamos a estrada já bem perto de Palenque, cidade pertencente a ‘Rota Maia’, 100% turística e onde dormiríamos se fosse o caso.
Dezoito quilômetros antes, porém, passamos na entrada de um ‘turiscentro’, onde se indicava haver local para acampar e cujo preço seria 5 pesos. Entramos.
Fomos logo abordados por dois caras que já vieram nos pedindo o pagamento, quando eu, “grosseiramente”, disse a eles que não era bem assim que primeiro queria saber pelo que eu estaria pagando. Aí eles se tocaram e disseram que era uma estância turística, com cachoeira, lago, hotel e um lugar para acampar e que o custo disso seria os Cinco Pesos, pagos ali. Concordamos.
Entramos e um quilômetro e meio a frente, estava outra cancela e mais adiante o hotel e, quando nos aproximávamos, já de cara um outro homem veio sinalizando para pararmos e dizendo que teríamos de pagar mais 25 Pesos para entrar e se fossemos acampar, nos registrar e pagar mais outro valor.
Meu cu. Disse a ele que eu já havia sido demasiadamente roubado em Nicarágua e não era no México que isso voltaria a acontecer. Que ele ficasse com a estância dele que para mim não interessava e voltei a entrada onde eu havia pago os 5 Pesos, junto com Jaime, também para reavermos nosso dinheiro. Seguimos para Palenque.
Chegamos ao trevo da cidade e, como pouco antes havia um posto de gasolina e já precisávamos reabastecer, este seria um bom álibi para nós pedirmos para dormir ali. Assim fizemos.
Motos abastecidas e eu perguntei ao frentista se podíamos passar a noite ali e ele me respondeu que sim, mas teríamos de fazer ‘um acerto’ com o vigilante, pagando 20 Pesos para isso. Regateei e disse para fazer por 10 e ele me mandou falar com o cara, que depois de me ouvir aceito os ’10 merréis’ e assim fomos até o estacionamento onde dormiríamos e, por já estarmos, quase ao nível do mar, 80 mts de altitude e sem sinal de nuvens, optamos por parar as motos lado a lado e por sobre, entre elas um plástico que nos protegeria do sereno e nossos ‘slipper’s’ embaixo.

Jaime foi ai supermercado buscar uns ‘bifes’ para comermos enquanto eu preparava um café para nos revigorar.
Quando voltou, veio com a surpresa de duas bisnagas de pão-frânces, como os nossos. Fiquei supercontente com isso e ele disse que só comprou dois pois estavam “caríssimos”, 1 Peso cada, menos que R$ 0,10. Isso para eles é uma ‘fortuna’.
Fizemos os bifes, jantamos e nos deitamos para dormir, porém a meia-noite, começou uma garoa que nos despertou e nos fez ir para baixo da cobertura do posto, mas, foi apenas ‘rebate falso’, pois logo parou e voltamos para debaixo do plástico para tentar dormir, já que aqui no México o ‘point’ da gallera, são os postos de gasolina e havia uma turma grande com som ligado, algazarra, enfim, uma merda de se conseguir dormir e isso durou até mais ou menos as 4 horas quando foram embora e assim tivemos pelo menos 2 horas de sono tranqüilo comigo despertando as seis ainda escuro, pois está amanhecendo as sete, para fazer um café.

Logo que passei o café, o vigia da noite vem e se aproxima, cobrando de mim 20 Pesos e de Jaime o mesmo pela noite ali.
Virei no Caralho. Disse que ele era louco e que já havíamos pago ao outro no dia anterior. Ele então disse que o pagamento teria de ser feito a ele e que o que pagamos foi do outro turno.
Disse que chegamos no mesmo horário que ele, ou seja, no turno dele e se o seu colega não passou para ele que já estava tudo pago e acertado isso não era problema nosso e sim dele com seu parceiro. De mais a mais não foi informado de que teríamos de pagar ‘por turnos’ e que não daríamos dinheiro nenhum.
Sem ter argumentos ele se foi e eu disse a Jaime para levantar e arrumar tudo e sairmos logo dali antes que o ‘outro’chegasse e dissesse que pagamos somente 10 pesos.
Saímos mandados e paramos no Supermercado para Jaime comprar água e eu aproveitei para comprar logo 10 ‘Pães Caríssimos’ e também uma frigideira de teflon e tampo de vidro, por 6 Dólares, queijo e lingüiça.
Por não termos dormido, eu estava um caco e só consegui seguir por mais sessenta quilômetros até a cidade de Chable, onde tem um pedágio, as margens do Rio Usumacinta, que está muito acima do seu nível normal, deixando muitas famílias desabrigadas.
Paramos exatamente no pedágio onde há um pequeno hotel, com locais para tomar banho e como eu não havia tomado um desde sexta-feira, estava louco por banhar-me e depois de conversar com a proprietária, acertamos o preço de 15 Pesos pelo banho e que eu podia por a barraca no terreno e ficar o domingo e a segunda-feira.

(Sexta-Feira, 01/10) – De Tapachula a Cuauhtemoc, viagem boa, sem chuva.

Bem, seguindo meus padrões, saímos de Tapachula, no dia e hora previstos e acertados de acordo com o pessoal de onde estavam sendo feitos os adesivos para o tanque da ‘Guerreira’.
Por ter o costume, de levantar-me sempre muito cedo, ou seja, logo que o sol nasce, estávamos muito adiantados, para as ‘10’ hrs, horário marcado para irmos a loja e por isso então, depois do café da manhã que, diga-se de passagem, eu quase nunca tomo, nos despedimos e, também aproveitamos para acertar nossos relógios, já que não sabíamos, o México está em horário de verão. Estávamos ‘atrasados’ em uma hora.
Nos despedimos de todos, Beatrice e Júlio e fomos ao Centro de Tapachula para comprar a ‘olla’, (panela), que estávamos precisando.
Saímos e fomos então buscar os adesivos da moto e também colocá-los, coisa que nos pôs enfim na estrada somente as 10 horas da manhã, quando então deixamos o distrito.

De fato as rodovias no México são muito boas. Asfalto impecável tranquilíssimo pilotar nas auto-estradas daqui. Mas como tudo que é bom dura pouco, logo estávamos ao ‘pé’ de Sierra Madre’ e subimos até a altitude de 1.900 mts, o que fez a ‘Guerreira’ sentir bastante.
Passamos pelo primeiro deslizamento. Eu que já fiquei traumatizada pelo que vi e passei em Los Chorros, me assustei. Paramos ao meio-dia para fazermos a comida, logo após este deslizamento, numa área segura, já que por toda extensão de onde passamos haviam ‘derrumbres’. Estávamos a 1.600 metros. Comemos e voltamos a pista, já informados por dois outros motoristas que também estavam onde paramos, que haveria ainda mais ‘dois’ derrumbres pela frente.
Exatamente no ‘pico’ de Sierra Madre, a coisa ficou ‘preta’. Muito frio, coisa de 5, 6 Graus. Neblina e um deslizamento que soterrou cerca de 100 metros de pista e onde uma carreta, transportando uma ‘pá-mecânica’ de esteira, atolou-se no barro, sendo necessário que a máquina descesse da carreta e empurrasse o caminhão, ‘cravado’ na lama.
Imaginem a minha situação vendo tudo isso, e, já tendo passado algo parecido em Los Chorros. Comecei a ficar preocupada.
Quando a máquina desatolou e levou o caminhão até o asfalto, logo uma Van, (novamente uma ‘van'), saiu e seguiu e ‘eu’ quase sem pensar também acelerei e saí atrás para aproveitar seu rastro, porém, esta começou a ‘patinar’, saindo de lado e eu não ia seguir seu rastro quando milagrosamente vi o centro, entre as marcas das rodas da ‘van’ onde aparecia ‘asfalto’, jogando a moto ali em cima e saindo com mais tração do imenso atoleiro, sem também forçar muito nem queimar embreagem.
Foram momentos de muita, mas, muita tensão mesmo. Os minutos parados olhando o apuro do caminhão e da máquina sendo descarregada para empurrá-lo. Depois a saída da Van quase que imediatamente ao caminhão desatolar e, ‘eu’ partindo atrás quase que mecânica e instintivamente, a 1.900 metros de altitude, com um frio, me disse Jaime de doer e nem mesmo senti devido, creio, a adrenalina que fluía em minhas veias.
Começamos a descer, ‘graças a Deus’. Mais adiante, poucos kms, outro ‘derrumbre’, sendo que este menos pior que o último. Passamos bem. Mais um pouco, outro. Este com solo seco, sem lama.
Vale ressaltar que, nas entrelinhas, ou seja, entre um ‘grande derrumbre’ e outro, haviam dezenas de outros menores, (dezenas mesmo), coisa de 10, 15 deslizamentos pequenos em um trecho de 1 Km, coisa de louco.
Chegamos a uma cidade, aí a coisa me impressionou. Passamos por um ‘derrumbre’ que atingiu boa parte da cidade e ‘soterrou completamente’ um posto de gasolina. Fiquei me imaginando ali, dormindo numa noite e isso acontece. Este foi o último grande, dali para diante, muitos outros mas nada demasiadamente significante ou que fechasse a pista como estes ‘seis brabos’, (2 na subida e 4 na descida).
Muitas curvas a frente, chegamos a Cuauhtemoc, no trevo, onde havia um posto de gasolina, em ‘local plano’, onde decidimos passar a noite.