Não rodei 40 kms e me deparei com uma cena rara nas rodovias aqui fora. Um acidente. Uma carreta de transporte de óleo tombada e o cavalo inteiramente destruído.
Desde que deixei Pacaraima, só vi nesse tempo todo rodando três acidentes. Um ainda na Gran Sabana-VEN, também de um caminhão. Outro na Região de Táchira-VEN, um motociclista que caiu e agora este. Bem parecido com a nossa realidade aí no Brasil.
Parei em Ovejas, para almoçar e matar as saudades de um peixe ‘fresco’, recém-pescado e frito, com salada, plátano, (uma espécie de banana maior que a d’água), arroz, frijoles e refresco de guanába, uma fruta local, bem comum aqui na Colombia, parece uma fruta pão, misturada com fruta-do-conde.
Cheguei a Turbaco, pouco depois das duas da tarde. As coordenadas dele passadas pelo Google, estavam exatas. ‘Bati de pronto’ na porta da casa de Fernando. Show de bola.
Depois das apresentações, e de conhecer a casa, sentamos no gazebo no fundo da casa e começamos a falar das nossas viagens, rotas, enfim, motoqueiro quando se reúne, só sai isso. Fernando mostrou toda a rota que fará em 2011 pelo mundo a partir de janeiro em sua Suzuki. SGT, que é mexicano e não argentino como eu pensava, (só eu mesma pra cometer esta gafe. O cara ‘ama’ tanto os argentinos como ‘eu’...), por sua vez, quando viu minha rota e caminho para atravessar aos E.U.A. em Juarez, me avisou que esta é a pior fronteira e cidade de todo o México, por causa da violência e narcotráfico, me mandou ir por Laredo ou Piedras Negras.
Paramos o papo já eram quase oito da noite e enquanto conversávamos SGT pôs o arroz na máquina para fazer e por isso quando paramos entramos para jantar, papeamos mais um pouco e fomos dormir.
Resolvi, depois de conversar com SGT, e ver que ele não tem intenção de partir, antes do dia 27, e também, porque a “noiva”, (aqui qualquer ‘comidinha’, ganha status de ‘noiva’, não rola essa parada de namorada, caso, rolo...), de Fernando, que já estava dando ‘piti’ por causa do SGT, fikou mais ‘loca do cu dela’, com a minha chegada.
Ela disse a Fernando que não entendia como ele podia, ‘abrigar’ desconhecidos assim na casa dele, apenas por que também eram rider’s, sem saber nada de nenhum de nós... BUCETA É FODA!!! (rs)
Enfim dormi aquela noite, e de manhã, já tracei a rota para Cartagena, joguei no GPS, marquei dois hotéis, (um indicação de Fernando), o outro, por ser hospedaria, que, dentro de uma lógica daqui, ‘teria de ser mais barato’, arrumei a moto e meti o pé, eram umas dez e meia da manhã, e as onze eu já estava no Centro Histórico, de Cartagena, que por sinal é linda, a cata da hospedaria.
Mas antes, chegando, há uns 8 kms do Centro, quando parei num sinal ao lado de um Policial de Trânsito numa moto também, aconteceu algo inusitado e que depois, já aqui no hotel, vim a saber o motivo:
Logo que parei, o 'puliça', me olhou e disse que moto não era permitida na cidade. - Não entendi PORRA nenhuma, esperei abrir o sinal e avancei para o meio-fio a fim de entender 'direito', o que o cara tinha dito.
Novamente, 'ele', o 'puliça', disse para mim que eu não podia continuar porque motos não eram permitidas na cidade. Tive que rir...
Nisso, uma 'moto' para no sinal, do lado oposto de onde estávamos e "eu" claro, mostrei a ele e perguntei: - Se moto não é permitida na cidade, o que é 'aquilo' afinal? - Apontando pra moto.
Ae o 'idiota' vira-se para mim e diz que que aquela, estava rodando, 'provavelmente amparada' numa permissão expedida pela polícia para poder transitar.
Porra, sou Brasileira, Carioca, "Puta-Velha" de Pai e Mãe, naum vai ser um 'paisa' colombiano que vai tentar dar uma de malandro em cima do viado... Peguei, meu Passaporte, abri, peguei o Documento de Importação Temporária e Trânsito, expedido na fronteira pelo DIAN, e 'literalmente', quase esfreguei nos cornos do 'puliça', dizendo a ele que a minha permissão de trânsito, não era expedida pela Polícia Local, era expedida pelo DIAN, Governo Colombiano e me dá LIVRE TRÂNSITO por todo o PAÍS e não apenas em Cartagena.
Tadinhu... Ficou 'rojo', 'amarillo', totalmente perdido e sem graça. SACANEEI o "PULIÇA". Guardei de novo o documento no passaporte, pus no bolso da calça me despedi e meti o pé, deixando o 'zé cu', parado sem ação!
Depois vim a saber quando cheguei aqui no hotel que, em Cartagena, a primeira e última sexta-feira, de cada mês, motos não circulam na cidade e por 'azar'meu cheguei justamente numa SEXTA-FEIRA, (Viernes). Só comigo acontece estas coisas!
Voltando, depois de rodar quase uma hora pelas ruas e vielas do Centro Histórico, achei a ‘bendita Hospedaria’ e, surpresa, 20 dólares, a diária. MEU CU!
Meti o pé para a indicada por Fernando que, por acaso, era a mesma onde ficaram as Finlandesas, Evellina e Elina. Dezessete mil Pesos! Mais ou menos 8,50 USD... Caríssima.
Defronte, uma hospedaria, La Muralla. Entrei, perguntei o preço 12 mil, mas, como me propus a pagar uma semana adiantado, fechou nos 10. Ou seja, 5 Dólares. Perfeito!
Tah certo que não é nenhuma ‘brastemp’. O quarto mede 2 x 3,50, tem uma cama, uma mesinha e como não pode faltar em Cartagena, um ventilador de teto.
Banheiro é fora, mas tem Wi-Fi. Não há cozinha para se fazer a própria comida, mas tem um cara que vende uma espécie de quentinha de arroz, com miúdos de galinha, (rim basicamente) e pescoço, por 2.500 Pesos, U$ 1,25. Ta valendo.
Descobri uma coisa ‘merda’ mas que fica delicioso e o tal ‘jugo de panela’, ou seja, refresco de panela que, nada mais é, que refresco de rapadura.
Eles chamam Rapadura aqui de “Panela”, e dissolvem ela na água, fica uma DE-LÍ-CIA! Ou, dissolvem mel na água. Também é outro escândalo.
É isso. Por enquanto hoje, estou descansando até segunda-feira, quando saio a cata de barco, se bem que já tem pessoas buscando para mim, inclusive o próprio dono daqui que tem um conhecido que faz este transporte até o Panamá.
Comprei ontem um carregador de carro, para o GPS e hoje adaptei na moto, assim, tenho o GPS ligado na bateria da moto o que acaba com o consumo ou recarga de pilhas. A dica pra quem tem GPS é comprar estes carregadores de Cel, claro, com o mesmo terminal do seu aparelho que é a mesma coisa, não tem nada de especial e também o cabo de dados, USB, que custa no máximo 16 Reais em qualquer loja, mas que é vendido pela GARMIN e outros ‘aproveitadores’ por até R$ 100,00. Estas porras de cabo são universais. Não tem nada de especial para o GPS.
Olá Andressa!
ResponderExcluirQue bom te ver de volta a carretera! Tô até aprendendo espanhol contigo! Voce não imagina como é bom ler seus relatos rodando de novo! Como já te disse de certa forma viajamos com vc, ficamos facinados pelas fotos e notícias!Quanto aos tombos e amassados na Guerreira não esquenta não, afinal não é por acaso que ela se chama "GUERREIRA", sesrão estas cicatrizes deixadas nela que te farão lembrar dos locais por onde está passando não é ? Um abraço, tudo de bom e até a próxima!
Jairo S. Carlos - SP - Brasil
que historia heim!, que bom que esta de volta. um detalhe importante. voce e o amigo mexicano nao sao "motoqueiros" como voce falou. por que esse sao os motoboy, entregadores de pizza... estes sao motoqueiros. voces sao Motociclistas, que gostam de estrada conversar sobre viagems, aventuras, locais, respeitam os outros ajudam quem quebrar na estrada. como aconteceu com voce numa viagem aki no brasil.ok ! um grande abraço Renato
ResponderExcluirGrande Andressa!
ResponderExcluirMuito bom, mas muito bom mesmo te ver de volta na estrada! E já voltou em grande estilo, nos brindando com um post vitaminado e com muitas estórias.
Parabéns novamente pela grande aventura!
Um grande abraço,
Liberal